Conímbriga
Antiga cidade da Lusitânia, cujas ruínas se encontram situadas perto de Condeixa-a-Velha, a 17 km de Coimbra. As habitações mais antigas encontradas datam dos finais da Idade do Bronze e mantiveram-se durante o período de romanização da segunda metade do século II a. C. até ao século I da nossa era. Existem, no entanto, vestígios de materiais originários do século VIII a. C. usados nas construções do período romano.
Os primeiros contactos romanos terão tido lugar na segunda
metade do século II a. C., por altura das campanhas de pacificação de Junius
Brutus, intensificando-se no século seguinte sob o domínio de Augusto, com a
construção de um aqueduto, um fórum com um templo adjacente, os banhos
públicos, casas e lojas.
Durante o reinado de Vespasiano (69-79 d. C.), o local foi
rebaptizado com a designação de Flavia e elevado a município. Este período
ficou marcado por uma intensa actividade de construção, de que resultaram
edíficios de alguma monumentalidade, nomeadamente ao nível das habitações
privadas. Estas operações estenderam-se até ao século III, podendo-se observar,
como marca dessa época, os magníficos ladrilhados que constituem a grande atracção
de Conímbriga.
Esta enorme prosperidade viu-se comprometida pela decadência
do império romano, decorrente de uma profunda crise político-administrativa. Consequentemente,
a Península Ibérica ficou à mercê das primeiras invasões bárbaras. Conímbriga
foi destruída pelos suevos em 468, entrando em decadência e tendo a sua sé episcopal
sido transferida, em meados do século VI, para Aeminium (actual Coimbra), tornando-se
esta cidade o centro mais importante da época. Na Idade Média, Conímbriga era
já um lugar deserto e abandonado.
Em termos de recuperação arqueológica, as primeiras referências
a Conímbriga datam do período renascentista, tornadas públicas por D. Manuel.
Em 1869, havia já inúmeros estudos e descrições sumárias do local, e em 1873 o Instituto
de Coimbra inaugurou uma secção arqueológica-museu que deu início às primeiras explorações.
Os primeiros trabalhos científicos relevantes surgiram em 1899.
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